6 de jun. de 2009

Uma passadinha no Canadá

A viagem ao Canadá rendeu notinha, reportagem, especial para o site e, é claro, ótimas lembranças daquele belo país.


#Um breve alô contando as novidades do primeiro dia

#Reportagem sobre a reinaguração do museu ROM 






#Especial web: A Casa do Cirque du Solei





12 de jan. de 2009

Listas: palavras com dois OOs



1. Tourrucoo - meu sobrenome
2. Bamboo - nome do bambu em inglês.
3. Broos - sobrenome do arquiteto alemão Hans. Ele Veio para o Brasil em 1954 e se estabeleceu em algumas cidades, como São Paulo
4. ’O’o é o nome havaiano das aves do género Moho, pertencente à família Meliphagidae. O grupo inclui quatro espécies, todas elas extintas, que habitavam as florestas do arquipélago do Hawaii.
5. Koo Koo Roo - restaurante no Texas, EUA. www.kookooroo.com
6. Kangoo - carro da Renault
7. Rem Koolhaas - arquiteto holândes.



8. http://www.iranhome.coo.ir/ - um site iraniano.
9. Droog Design - grupo holandês com peças lindas
10. Cocoon - filme, um sucesso em 1985. Nome dado também há um espaço da Casa Cor 2009.

30 de set. de 2007

O Novo em Debate

O arquiteto Daniel Libeskind não gosta de ser chamado de desconstrutivista, mas reforçou esse rótulo ao reformular a fachada do Museu Royal Ontario, em Toronto. O projeto mexeu com o jeito discreto da cidade canadense e provocou polêmica. A repórter Juliana Tourrucôo esteve lá no dia da inauguração da obra e conta o porquê.


Ao desembarcar no aeroporto internacional Toronto Lester B. Pearson na manhã de 2 de junho deste ano, procurei o quiosque de informações para perguntar o valor de uma corrida de táxi até o centro. Com a resposta, ganhei uma dica da funcionária: “Vamos reinaugurar hoje este museu”, disse ela, ao me entregar um guia de atrações locais com a imagem de uma interessante estrutura metálica impressa na capa. Bendito acaso! Saber da estréia de um projeto arquitetônico na cidade onde passaria os próximos 15 dias foi emocionante. Segui para o hotel e, depois de visitar pontos turísticos como a CN Tower – a torre mais alta do mundo –, constato: o clima é de festa por causa do museu. Uma festa discreta e um tanto polêmica (como descobri mais tarde). Resolvi ir até lá e conferir. Tomei o metrô, desci na estação Yonge Bloor, dobrei à direita e lá estavam eles, os impactantes cubos prateados desenhados por Daniel Libeskind. Como em toda inauguração, nesta havia muitos convidados, discursos, luzes e aplausos. E, com a entrada grátis, o Royal Ontario Museum, ou apenas ROM, estava lotado. Por isso, me limitei somente à fachada naquela noite, e deixei para conhecê-lo melhor nas duas visitas que fiz nas semanas seguintes.




Foi em meados de 2000 que as propostas de uma nova fachada para o ROM começaram. Com o museu prestes a completar 90 anos, um concurso de projetos anunciava como vencedor o arquiteto polonês, nacionalizado americano, Daniel Libeskind. De traço contemporâneo, o profissional já mostrou seu estilo marcante em três museus: o Judaico, em Berlim, o Felix, em Nussbaum (ambos na Alemanha), e o Imperial War, em Manchester, na Inglaterra. E os planos para o ROM, com total respaldo da direção da instituição, não eram diferentes. Dos primeiros esboços rabiscados em guardanapos de papel – “tive um daqueles momentos inspiradores em um restaurante”, disse –, ele partiu para a tecnologia. Utilizou programas digitais que permitem cálculos estruturais complexos, moldou um esqueleto de aço corten e o cobriu com chapas de alumínio e vidro temperado. Para isso, colocou abaixo a fachada retilínea de concreto existente desde 1984, desenhada pelo arquiteto Gene Kinoshita. E daí surgiu a polêmica: alguns locais viram na atitude o desprezo do museu pela própria história e pelo projeto anterior.




“Essa é a cultura do hipercapitalismo, muito drama, muita energia (...), sendo ao mesmo tempo opressiva e claustrofóbica. Fisicamente, está tudo errado”, declarou o crítico Richard Rhodes. Editor da Canadian Art, uma das revistas mais conceituadas da área, ele se disse atônito numa entrevista a outra publicação local, a Azure. Para William Thorsell, diretor do ROM, o projeto é ultra-ousado e vai firmar o nome do museu no turismo arquitetônico. “Agora também temos espaços mais dinâmicos para a exposição das peças”, justificou, referindo-se às novas 12 alas criadas por Libeskind, que abrigarão um acervo variado, que vai de arte a história natural. Certa ou não, a polêmica das fachadas esculturais promete gerar mais discussão. Em 2008, é a vez da Galeria de Arte de Ontario, também em reforma, reabrir com uma nova entrada (a antiga promete ser mantida) e novos anexos. Tudo conduzido pelo arquiteto conterrâneo Frank O. Gehry. De tão entrosado com a idéia, Gehry criou um movimento: Transformation Ago – New Art, New Building, New Ideas, New Future (www.ago.net/transformation). Parece que os próximos tempos prometem mudanças.
www.rom.on.ca
Projeto - Daniel Libeskind
Construção - Vanbots Construction Corp
Engenharia mecânica - Arup (London), TMP
Engenharia elétrica - Arup (London), MBII
Acústica - Valcoustics 




O

Procuram-se sofás, bancos e camas em capas de disco!




+ Detalhes

8 de abr. de 2007

Energia sob nossos pés

 Natural, renovável e abundante, a energia geotérmica ganha destaque nas ações para conter o aquecimento global. O Brasil também já prevê investimentos nessa área. Em breve, essa será uma opção para aquecer a água de casas e edifícios

Por Juliana Tourrucôo Alves

Revista Arquitetura & Construção - 04/2007 




As camadas internas da Terra, como aprendemos nas aulas de geografia, são quentes. Explorar o calor e o vapor emitidos pela água que existe ali é a premissa da energia geotérmica. Na Itália, 32 usinas já aproveitam vapor a cerca de 180º C para movimentar turbinas, gerando 5 milhões de kWh (quilowatts-hora) por ano, o suficiente para atender 2 milhões de famílias. Segundo a Enel, empresa de energia italiana, até 2010 esse índice deve aumentar 13%. Outro país que também usufrui desse potencial é a Islândia, depois vêm México, Portugal, Japão e Alemanha. O Brasil planeja entrar nessa lista. Investimentos estão na pauta da exploração do aqüífero Guarani (maior reserva subterrânea de água doce do mundo, que abrange parte dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). A temperatura de sua água oscila entre 40 e 80º C - capaz de aquecer a água de edifícios ou casas e sistemas de calefação e lareiras. "A exploração dessa energia poderá ser vantajosa nas regiões Sul e Sudeste, mais frias e próximas ao aqüífero. Já o Nordeste ficará empenhado nas energias eólica e solar", aposta o pesquisador Valiya Mannathal Hamza, coordenador da área de geofísica do Observatório Nacional. 

De onde veio: depois de várias tentativas, no dia 4 de julho de 1904 o príncipe Ginori Conti acionou os motores da geotérmica da cidade de Larderello, Itália, e cinco lâmpadas se acenderam.

Para onde vai: o desafio é baixar o custo da exploração para montar usinas, cinco vezes mais alto se comparado a outras energias renováveis. Bombas de calor (serpentinas embutidas na terra, que aquecem a água) se tornarão comuns em condomínios brasileiros.


24 de jan. de 2005

Balanço Renovado








Esta foi minha primeira matéria com chamada de capa em uma edição de Domingo, no Estadão.



 CASA&
 23/01/2005

Balanço Renovado

Sinônimo de conforto e aconchego, a cadeira
de balanço tem história (e desenho) instigantes

Reportagem Juliana Tourrucôo
Produção  M. Regina Notolini
Fotos Marcos Mendes


Palha, plástico, fibra de vidro, ferro, aço ou inúmeros tipos de madeira. A extensa lista de materiais já utilizados para compor os mais inusitadosmodelos de cadeira de balanço dá conta de que essa é uma peça de decoração que tem história. Seu início é incerto. Alguns afirmam que os primeiros modelos surgiram no século 16; outros, no 17. A autoria também gera discussões. Pode ter nascido na Inglaterra ou nos Estados Unidos. Tanto faz: quem teve a idéia de criá-la jamais poderia imaginar o impacto que o invento
causou através dos tempos.

Arquitetos como o casal Charles e Ray Eames e Oscar Niemeyer, incluindo os pintores Edvard Munch, em 1884, e Pablo Picasso, em 1943, e alcançando os escritores, entre eles, Carlos Drummond de Andrade, todos os artistas têm uma espécie de “rocking chair”, como é chamada em inglês, marcada na sua
obra.


Na história de cadeira de balanço, segundo o professor de Desenho Industrial da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, João Bezerra, é importantíssimo acompanhar a saga de Michel Thoner, marceneiro alemão realmente visionário, que desenvolveu a técnica da madeira vergada e a patenteou em 1841 (hoje é mundialmente difundida pela marca Thonart). Segundo o livro sobre a história da família Thoner, a experiência com a cadeira de balanço só seria iniciada em 1860. Nesse momento, Thoner já tinha o aparato industrial necessário para a fabricação do móvel em série. E, como a técnica da madeira vergada se encaixou perfeitamente ao conceito de cadeira de balanço, seu criador foi ao êxtase, inventando inúmeras
possibilidades de balanço. Do curto, ideal para lugares de pouco espaço, ao tradicional vaivem. Em um período, a cadeira chegou ao limiar de tornar cama de balanço. O requinte era tamanho que alguns modelos permitiam esticar as pernas (ou apenas os pés).

Na página ao lado, uma Thonart em madeira envergada (R$ 849, na L’Oeil). Acima, o modelo de Niemeyer ( à venda, na Casa On). Sem braços, a peça de 1930 (R$ 750,00, na Maria Jovem). Em forma de concha, a Eames (R$ 850, na Maria Jovem). A de traço moderno é de Carlos Motta (R$ 2.940)

Segundo o professor João Bezerra, mesmo com o lançamento desses modelos preferencialmente horizontais, muitos se mantinham fiéis às cadeiras de balanço que deixassem a postura ereta. “Isso porque a pessoa, além de poder balançar, aproveitava para fazer alguma outra coisa, como amamentar o filho”, explica. E é justamente essa riqueza de funções que deve nortear a escolha de quem pretende adquirir uma cadeira de balanço. “Tudo vai depender para qual propósito ela será usada”, diz. Como acontece desde sua criação, as cadeiras são moldadas por designers e arquitetos. E diversidade de modelos é o que não falta. Aos indecisos, seguem algumas dicas. “O modelo do casal Charles e Ray Eames fica muito bem em ambientes contemporâneos”, avalia o arquiteto Fábio Galeazzo, que sempre usa essa peça em seus projetos de decoração de interiores. Segundo ele, quando o cliente pede uma decoração mais despojada, mas que mantenha um quê conservador, deve optar por uma poltrona estofada. “Em uma casa de campo ou no ambiente familiar, uma Thonet cai superbem”, opina. Galeazzo lembra que o hábito de ter cadeira de balanço se mantém “porque o balançar remete a memórias infantis, como a da casa da avó ou do movimento feito pela mãe para fazer o filho dormir”.

Por várias vezes, o escritor Carlos Drummond de Andrade demonstrou seu afeto e gratidão à cadeira e ao seu balanço. “Esta minha cadeira de balanço austríaca é mineira legítima. Mineiro é o balanceio calmo que ela imprime ao corpo, às idéias, aos sonhos. Não dá para adormecer. Favorece o estado contemplativo-meditativo, isento de ambição, de amargura e de pressa.Símbolo de bem-estar doméstico, um dos móveis mais graciosos inventados pelo homem, a cadeira de balanço convém particularmente ao cronista, que não é provocador de fatos, mas é espelho deles (...).” Esse texto foi publicado na contracapa do seu livro, Cadeira de Balanço, em 1966. A homenagem a esse objeto também seria prestada na escolha do nome do programa de rádio que então mantinha na PRA-2, rádio do Ministério da Educação.

Não tão admirador quanto Drummond, Niemeyer, em parceria com a filha Anna Maria, projetou uma cadeira de balanço em 1977. “Na verdade, foi ele quem fez, apenas ajudei nos detalhes mais burocráticos”, ressalva Anna Maria. A cadeira, assim como outros nove móveis assinados pela dupla, passaram a ser
vendidos na Casa On, em uma loja exclusiva para produtos Niemeyer, no ano passado. Sua produção continua a ser em jacarandá, com detalhes em palha. A diferença é que agora elas aparecem com numeração de série e certificado – afinal, a família Niemeyer tenciona acompanhar o paradeiro de cada peça. O preço: R$ 15 mil.


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1 de out. de 2003

Quando a saúde pede um tempo








Reportagem publicada na revista Você S/A, editora Abril, de outubro de 2003 (capa abaixo).






Saiba como lidar com o afastamento do trabalho - do ponto de vista legal e pessoal

 


O tombo que o paulistano Ricardo Miadaira, de 28 anos, levou durante uma partida de futebol foi tão à-toa que todo mundo pensou que não tivesse acontecido nada. Aconteceu: na queda, ele fraturou a tíbia, o osso da canela. Um azar, principalmente se você levar em conta que Miadaira é professor de educação física. Na época, isso aconteceu há cinco meses, ele ficou com medo de ter comprometido irreversivelmente uma de suas “ferramentas de trabalho”, mas tinha também outra dor de cabeça. Precisaria viver com o auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Eu já tinha ouvido falar que o valor do benefício era baixo”, diz.

A legislação trabalhista determina que a partir do 16o dia de afastamento o profissional comece a receber pelo INSS — caso de Miadaira, que se ausentou por dois meses. O auxílio-doença só é pago quando o profissional estiver impossibilitado de exercer suas funções. Não é o caso, por exemplo, de doenças crônicas, como a diabetes, que, fora dos períodos de crise, permite que se leve uma vida normal. Segundo dados da Previdência Social, em julho deste ano mais de 1 milhão de pessoas receberam auxílio-doença. Outras 100 000 estavam de licença por causa de acidentes ocorridos durante o trabalho ou no trajeto entre sua casa e a empresa. Nos últimos cinco anos, os campeões de pedidos de auxílio-doença no país foram convalescença, com 23% dos requerimentos, e dores nas costas, com 20,4%. Já na categoria auxílio-doença acidentário 23,7% dos pedidos se relacionavam a fraturas da mão e do punho.

Problema no bolso

Em junho deste ano a Previdência Social recebeu 300 000 pedidos de auxílio-doença. Desses, mais da metade foi negada. “Para evitar fraudes, a perícia médica é muito rigorosa”, diz Benedito Brunca, diretor de benefício do INSS. A volta ao trabalho também é determinada pelo INSS. Em casos graves, o profissional é encaminhado para a aposentaria por invalidez. Apesar do pente-fino que elimina boa parte dos pedidos, são destinados mensalmente quase 600 milhões de reais para arcar com esse benefício. Parece muito, mas hoje nenhum profissional afastado recebe mais que 1 869,34 reais por mês. Ou seja, muita gente tem de se desdobrar para fazer as despesas (inclusive o gasto extra com remédios) caber no novo salário. O valor do auxílio-doença de Miadaira, por exemplo, era 35% menor do que seus vencimentos nas duas escolas em que trabalha. 

Sem contar que o professor de educação física só começou a receber o dinheiro quase dois meses depois de ter dado entrada nos documentos, ou seja, ficou sem receber nada no período em que esteve de repouso. “Não estava preparado financeiramente para esse baque”, diz ele. O prazo legal para o pagamento do auxílio-doença é de 45 dias corridos, mas, de acordo com Brunca, a maioria é concedida antes. No final das contas, é preciso lidar com a redução de salário e, provavelmente, com uma certa demora para conseguir o benefício.

Por iniciativa própria algumas empresas complementam o auxílio-doença pagando a diferença ao funcionário para que não perca renda. É o caso do laboratório farmacêutico Schering-Plough, com sede no Rio de Janeiro, que está na edição 2003 do Guia EXAME — As Melhores Empresas para Você Trabalhar. “Essa complementação de salário vale para todos os colaboradores”, diz Alberto Gerhardt, gerente de RH. Também há casos em que a organização complementa o auxílio-doença por causa de negociações sindicais. “Fechado o acordo, a empresa é obrigada a seguir o que foi determinado”, diz Myoko Kimura, sócia do escritório de advocacia Tozzini & Freire, de São Paulo.

Início complicado

O banco em que trabalhava a paulistana Teresa Vieira Gama, de 47 anos, se enquadrava nessa categoria. Era 1992 e Teresa acabara de ser contratada. Entusiasmada com o novo emprego, não seguiu as recomendações médicas para se recuperar de uma cirurgia que fizera na hipófise, glândula que fica na parte interna do cérebro. “Assim que recebi alta, o médico pediu que consultasse um otorrinolaringologista, já que a operação foi feita pela boca”, lembra Teresa. Como tudo estava aparentemente bem, ela adiou a ida ao especialista. Cerca de três meses depois que entrou no banco, Teresa contraiu consecutivamente duas meningites e foi para a mesa de operação de novo. Dessa vez, a intervenção foi mais séria, com direito a enxertos para recompor a área afetada e necessidade de repouso absoluto. Por causa do acordo sindical, Teresa não ficou em maus lençóis durante a licença. 

Muitas vezes é a empresa que fica numa situação delicada. A ausência de um funcionário desequilibra a equipe. É preciso cobrir a ausência com uma contratação ou esperar que o licenciado volte. Durante esse período, o chefe não pode nem deve esquecer um funcionário afastado. “É preciso ligar, fazer uma visita, acompanhar o caso”, diz João Batista Brillo de Carvalho, professor de comportamento, estratégia e teoria organizacional do Ibmec. Carvalho também recomenda que, se possível, quem está fora acompanhe o que está acontecendo na empresa. “A gente telefona, envia os jornais internos para a casa do colaborador, convida para as festas de fim de ano”, diz Selma Regina Furlan, assistente social da Elevadores Atlas e Schindler. “Com isso, quando ele vem aqui para consultar o médico, se sente à vontade para visitar os amigos e colegas.” 

No Grupo Pão de Açúcar, outra empresa que aparece na lista das melhores para trabalhar no país, o afastamento de algum funcionário é driblado com o que eles chamam de política do segundo homem. “Faz parte da nossa cultura preparar um sucessor temporário ou definitivo para todos os cargos”, diz Fernando Solleiro, diretor de administração de recursos humanos do grupo. 

Amargo regresso?

Superado o problema de saúde, o profissional tem de enfrentar outra situação difícil. Salvo o caso de auxílio-doença acidentário, que garante estabilidade de um ano, e o auxílio-doença de algumas categorias profissionais, que assegura o emprego por até seis meses, a demissão pode estar esperando o funcionário na volta. Por isso, o retorno ao trabalho costuma ser sempre motivo de grande preocupação. “Não faça julgamentos, principalmente se você foi substituído durante sua ausência. Primeiro, veja em que terreno está pisando e, se sentir que perdeu espaço, parta para a negociação”, diz Carvalho. Não coloque tudo a perder com atitudes impensadas. Um novo projeto foi implantado e você está meio por fora do assunto? Agende cursos e treinamentos. Informe-se sobre tudo o que aconteceu durante o período em que esteve fora. Miadaira ficou surpreso com as demonstrações de solidariedade que recebeu quando voltou a trabalhar. “Até quem eu não conhecia veio saber como eu estava e saúde”, conta. Teresa também teve a mesma sorte e se lembra de ter sido muito bem recebida (ela também ficou dois meses de “molho”). “Depois daquilo, nunca mais descuidei da minha saúde”, diz. Hoje, 11 anos depois, ela está totalmente recuperada e esbanjando disposição numa consultoria de recursos humanos, em São Paulo. 

 


Como pedir o auxílio-doença

 


Ao ser informado pelo médico que terá de se afastar do trabalho, avise seu chefe imediatamente. Geralmente o departamento de recursos humanos se encarrega da parte burocrática. Enquanto estiver recebendo o auxílio-doença, o segurado não pode ser demitido. Ao retomar suas atividades, porém, isso pode acontecer — a menos que tenha sido um caso de acidente. 

Se o INSS negar o pedido de licença, o retorno ao trabalho deve ser imediato. Caso contrário, pode haver uma demissão por justa causa. O auxílio-doença também é garantido aos trabalhadores autônomos e para quem está desempregado. 

Para obter mais informações, entre no site www.previdenciasocial. gov.br ou ligue para o Prevfone no tel. 0800 780191.




Publicação: 

Você S.A.

Data: 

01/10/2003

Edição: 

64

Página(s): 

60-62

Seção: 

Você em Equilíbrio

Resumo: 

Saiba como pedir o auxílio-doença - do ponto de vista legal e pessoal.

Assunto Principal: 

AFASTAMENTO DO TRABALHO

Chamada de Capa: 


Palavra-chave: 

TRABALHO; AUXÍLIO-DOENÇA; SAÚDE; LEGISLAÇÃO TRABALHISTA; FUNCIONÁRIO; DINHEIRO; 

Autor: 

Juliana Tourrucôo

Colaborador: